sexta-feira, 14 de novembro de 2008

ALEMANHA EM RUÍNAS

A Alemanha é uma república federal parlamentarista com 16 estados federais e cerca de 82 milhões de habitantes. É um dos países com mais população na Europa e o principal motor económico do continente.

A sua Capital é Berlim e é por esta que vamos começar a nossa viagem.

Quando se parte da Holanda em direcção a Berlim, deparamos-nos com uma viagem de comboio de 7 horas muito confortáveis. Os comboios são de ponta e chegam a atingir os 310 Km/H, o que contrasta em muito com os quilómetros de paisagens rurais e estações da 2ª guerra mundial que encontramos pelo percurso.
Chegados a Berlim somos confrontados com o problema da comunicação, muito poucos são os que falam inglês, isto porque tudo é dobrado para alemão e ainda se vive muito com a cultura nacionalista e patriota.

Para além deste facto, o que mais impressiona é a dimensão de tudo o que nos rodeia. Os edifícios são gigantes e na sua maioria encontram-se em obras de requalificação, visto terem sido, quase todos, edificados por Hitler.

Em conversa com os guias turísticos entendemos que ninguém gosta de falar da 2ª Guerra Mundial e que sentem extrema vergonha quando recordam o que aconteceu no século passado. Durante o tempo, que passei na Alemanha, não ouvi uma única vez o nome de Hitler..simplesmente não o dizem na esperança de esquecer que ele um dia existiu!


Estão plantados muitos monumentos e Igrejas por toda a cidade, respira-se história por onde quer que se ande. E é impressionante a distância que se tem de percorrer para simplesmente dobrar uma esquina.
Quando entramos nas Igrejas podemos entender que Hitler usava e abusava do nome de Deus para conseguir atrair a população e coagir mentalidades, recorrendo à figura da morte e do purgatório como castigo a quem não seguisse os seus valores e ideais.

O centro do comércio em Berlim é Alexandra Plazza e lá encontramos a vida da cidade. As lojas são muito semelhantes às nossas e o preço dos bens essenciais chega a ser mais em conta do que em Portugal.

As pessoas são afáveis mas um pouco desconfiadas. Constata-se que existe alguma pobreza um pouco por todo o lado, comprovada com a existência de famílias de anarquistas punks que vivem nas ruas e se recusam a viver segundo as normas da sociedade, provocando algum desconforto a quem visita a cidade.

Com mais 8 horas de viagem de comboio alcança-se a fronteira de Luxemburgo e consegue-se atravessar todo o território alemão.

No caminho consegue-se avistar grandes marcos da economia alemã, como as fábricas que ajudaram a edificar o País.

Em suma, a Alemanha não é um País de que se goste logo à primeira vista. Sente-se que existe uma cultura de extremos, onde por um lado tudo o que é de fora é visto com alguma desconfiança e sente-se vergonha de relembrar o passado mas por outro as novas gerações tentam recuperar o atraso de uma nação em ruínas causada pela guerra.

Vale a pena visitar, pelos preços convidativos de vida que se pratica e pelos momentos de história que se respira em cada quilometro que se percorre.

2 comentários:

João.Raimundo disse...

Mais um excelente relato, das-me vontade de ir viajar. ;)

obrigado pelo comentario no meu blog, prometo que vou continuar a "tentar" criar e inovar.. ;)

Paula disse...

Não tens que agradecer...viaja porque acredita que, para mim, é a maior fonte de inspiração que conheço ;)